Somos frágeis,
somos ágeis ao olhar,
ao fugir do outro,
sem sentido,
sem espera,
sem a chance de falar.
Somos táteis,
somos fáceis ao correr,
ao criar no outro
a fantasia da surpresa;
sem o toque,
sem a hora do prazer.
Somos úteis,
somos fúteis ao partir,
ao ferir o outro,
sem pudor,
sem compaixão,
ironicamente a rir.
Somos débeis,
somos plebes ao querer
sem querer de si se dar,
sem a vez de se doar,
sem precaução,
ser um "não" sem nem se ver.
Somos todos,
somos um que se vê ali
sem a roupa de vestir,
sem o tom,
sem o dom de investir.
Somos claustro,
sem janelas pro devir.
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