segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

IDEIA DIFUSA

Da conversa de tantos anos passados,
das palavras há tantos anos perdidas,
de pedaços há tantos e tantos atados
à vida passada de vindas e idas.

Da conversa do ouvido de alguém
que deságua na vida brotada
de sonhos de não ser ninguém,
dos olhos da história calada.

Do omisso sussurro, silêncio,
quietude obscura, revolta
qual mar da loucura, prenúncio,
anúncio do dia da volta.

Da conversa da porta entreaberta,
do incesto promíscuo da mente,
da beleza da pura e incerta
menina, entre outras, que sente.

Esvai-se em palavras difusas
a bruma da quieta manhã.
E estamos sem nunca chegarmos
em colóquios de vida pagã.