
Alguém me disse
que para escrever
triste tem-se que estar...
E eu pensei
que ao escrever
eu queria chorar.
Chorar por dores que nem sei.
Tentar romper com o que esperei.
Esperei de alguém que disse
que para chorar
tem que doer.
E para morrer,
tem-se que viver.
Mas, eu vivi e sei?
Se eu vivi, amei?
Das águas vivas,
quero ondas que me abatam.
Do show da vida,
quero vidas que se acatam.
Quero bolhas infantis,
de sabão e sonhos bons.
Quero balas de anis
do seu João e seus bombons.
De lembranças viverei,
Dos caminhos que criei,
Dos sorrisos que doei,
e o presente é tão capaz,
tão possível de ser paz;
e não é que tanto faz;
é do jeito que sonhei.